Guia clínico atualizado sobre febre reumática: fisiopatologia, manifestações clínicas, critérios de Jones, cardite, artrite, coréia, nódulos subcutâneos, eritema marginado, tratamento e profilaxia.


O que é Febre Reumática?

A febre reumática (FR) é uma doença inflamatória sistêmica que ocorre após infecção de orofaringe por Streptococcus beta-hemolítico do grupo A.

A FR é a principal causa de valvopatia no Brasil, especialmente estenose mitral.

Lembre-se: a febre reumática “lambe a articulação e morde o coração”.


Manifestações Clínicas

  1. Cardite (pancardite):
    • Principal e mais grave manifestação.
    • Acomete preferencialmente a valva mitral, depois mitroaórtica e aórtica isolada.
    • Fase aguda → geralmente insuficiência valvar.
    • Pode ser subclínica (detectada apenas pelo ECO).
    • Complicações: IC, arritmias, morte súbita.
  2. Artrite:
    • Ocorre em até 75% dos primeiros surtos.
    • Migratória, assimétrica, autolimitada, acometendo grandes articulações.
    • Tratamento: AAS (80–100 mg/kg/dia), naproxeno, indometacina.
  3. Coréia de Sydenham:
    • Manifesta-se meses após a infecção (1–6 meses).
    • Mais comum em meninas.
    • Sintomas: movimentos involuntários, labilidade emocional, fraqueza muscular.
    • Tratamento: benzodiazepínicos ou fenobarbital em casos leves/moderados.
  4. Nódulos subcutâneos:
    • Firmes, móveis, indolores, localizados em superfícies extensoras.
    • Associados a cardite, desaparecem em até 1 mês.
  5. Eritema marginado:
    • Lesões fugazes, com bordas avermelhadas e centro claro.
    • Raro, geralmente associado a cardite.

Diagnóstico

O diagnóstico é baseado nos Critérios de Jones, apoiado em evidências de infecção estreptocócica prévia (ASLO positivo, cultura ou teste rápido).

Critérios de Jones (2015 – AHA)

Importante: todo paciente com FR deve realizar ecocardiograma, mesmo sem sopro, para detectar cardite subclínica.


Tratamento

Cardite

Artrite

Coréia


Profilaxia


Conclusão

A febre reumática é uma doença ainda prevalente no Brasil e responsável pela maioria das valvopatias.
O diagnóstico é clínico, baseado nos critérios de Jones, sempre com suporte de ecocardiograma.
O tratamento deve focar no controle da inflamação, prevenção da IC e profilaxia secundária rigorosa para evitar recorrências.

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Referências

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