Guia clínico sobre a Ampicilina: indicações na emergência, posologia, efeitos adversos, contraindicações e referências atualizadas.
O que é a Ampicilina?
A Ampicilina é um antibiótico da classe das penicilinas semissintéticas, pertencente ao grupo das aminopenicilinas.
Possui amplo espectro contra bactérias Gram-positivas, Gram-negativas e alguns anaeróbios, sendo utilizada em várias situações de emergência e terapia hospitalar.
Mecanismo de Ação
A Ampicilina inibe a síntese da parede celular bacteriana ao se ligar às proteínas ligadoras de penicilina (PBPs), levando à lise celular.
É bactericida, mas suscetível à degradação por beta-lactamases, razão pela qual muitas vezes é associada ao sulbactam.
Indicações na Emergência
- Meningite bacteriana (em combinação com outros antibióticos, principalmente em neonatos e idosos).
- Endocardite por Enterococcus faecalis (em associação com gentamicina).
- Infecções do trato respiratório inferior (pneumonias comunitárias e hospitalares selecionadas).
- Infecções do trato urinário complicadas.
- Infecções de pele e tecidos moles.
- Listeriose (L. monocytogenes – especialmente em gestantes, neonatos e imunossuprimidos).
Posologia
Adultos
- IV/IM: 1 a 2 g a cada 4–6 h.
- Dose máxima: até 12 g/dia.
Crianças
- IV/IM: 100–200 mg/kg/dia divididos em 4 a 6 doses.
- Em meningite: até 300–400 mg/kg/dia.
Neonatos
- Ajustar conforme idade gestacional e peso.
Ajustes
- Insuficiência renal: reduzir dose conforme clearance de creatinina.
Contraindicações
- História de hipersensibilidade a penicilinas, cefalosporinas ou carbapenêmicos.
- Infecções virais (mononucleose) → pode causar rash maculopapular característico.
Efeitos Adversos
- Reações alérgicas: urticária, rash, anafilaxia (raro).
- Gastrointestinais: diarreia, náuseas.
- Hematológicos: anemia hemolítica, leucopenia, trombocitopenia (raro).
- Hepáticos: elevação transitória de enzimas hepáticas.
- Outros: convulsões em altas doses, especialmente em insuficiência renal.
Cuidados na Emergência
- Preferir via intravenosa em casos graves.
- Associar a gentamicina no tratamento da endocardite enterocócica.
- Monitorar função renal e hepática em tratamentos prolongados.
- Em meningite, deve ser associada a outros antibióticos conforme faixa etária e suspeita etiológica.
Conclusão
A Ampicilina é um antibiótico amplamente utilizado em emergências, especialmente em meningite, endocardite por enterococos e listeriose.
Apesar de segura, seu uso exige cautela em pacientes com alergia a penicilinas e ajustes de dose em insuficiência renal.
Referências
- Livro Prescrições na Emergência
- Tunkel AR, et al. IDSA Guidelines for Bacterial Meningitis. Clin Infect Dis.
- Baddour LM, et al. AHA Guidelines for Infective Endocarditis. Circulation.
- Sanford Guide to Antimicrobial Therapy.
❓ FAQ – Ampicilina
Para que serve a ampicilina?
É usada em meningite, endocardite enterocócica, infecções urinárias, respiratórias e listeriose.
Qual a dose de ampicilina em adultos?
1–2 g IV/IM a cada 4–6 h, até 12 g/dia.
Crianças podem usar ampicilina?
Sim, na dose de 100–200 mg/kg/dia IV/IM, podendo chegar a 400 mg/kg/dia em meningite.
Quais os principais efeitos adversos?
Rash, diarreia, reações alérgicas, alterações hematológicas e convulsões em altas doses.
Quando não usar ampicilina?
Em casos de alergia a beta-lactâmicos ou em pacientes com mononucleose infecciosa.
